Autárquicas: Partidos cortam para metade as despesas com a campanha eleitoral

Os partidos que concorrem às eleições autárquicas do próximo dia 12 reduziram de forma significativa os orçamentos de campanha, prevendo gastar este ano 16,2 milhões de euros, quase metade do montante estimado há quatro anos.

Revista de Imprensa
Outubro 2, 2025
9:49

Os partidos que concorrem às eleições autárquicas do próximo dia 12 reduziram de forma significativa os orçamentos de campanha, prevendo gastar este ano 16,2 milhões de euros, quase metade do montante estimado há quatro anos. De acordo com o Jornal de Notícias (JN), trata-se da maior descida desde que há registo de eleições autárquicas livres, depois de em 2021 as candidaturas terem previsto um total de 31 milhões de euros e em 2017 terem ultrapassado os 35 milhões.

Entre os 18 partidos em disputa, apenas o Chega aumentou de forma expressiva o investimento e o PSD manteve praticamente o mesmo valor de há quatro anos. Já o PS, ainda que com cortes significativos, continua a ser a força política com maior orçamento, estimando gastar 6,2 milhões de euros, praticamente o dobro da soma das despesas previstas por sociais-democratas e Chega. O secretário-geral socialista, José Luís Carneiro, justificou esse valor com o peso do partido no poder local: “O PS vai ter mais investimento por uma razão porque é aquele que tem mais autarquias e, portanto, o nível de investimento nas autarquias é o resultado do número de câmaras que têm os partidos políticos”, afirmou em declarações à Rádio Renascença, citadas pelo JN.

Em 2021, os socialistas tinham inscrito 11,43 milhões de euros no orçamento de campanha, mas este ano reduziram quase para metade. O PSD, que preside atualmente a 114 câmaras, também estabilizou os custos, passando de 4,6 milhões em 2021 para 4,2 milhões em 2025. Já o Chega, sem presidências de municípios conquistadas até agora, mais do que duplicou o investimento: de 646 mil euros passou para 1,6 milhões, numa clara aposta em conquistar autarquias pela primeira vez.

A CDU também seguiu a linha de cortes, reduzindo em 48% as despesas relativamente a 2021. A coligação PCP/PEV, que tinha orçamentado 5,39 milhões de euros, prevê agora gastar 2,6 milhões. Entre as restantes forças parlamentares, a Iniciativa Liberal apontou custos de 565 mil euros, enquanto CDS/PP e Bloco de Esquerda fixaram-se nos 250 mil euros cada. O Livre prevê 100 mil euros e o PAN apresenta o orçamento mais baixo, com apenas 19 mil euros. Os restantes partidos totalizam 418.940 euros.

As eleições do próximo dia 12 contam com 12.800 listas concorrentes, em representação de 817 forças políticas. Entre estas incluem-se 18 partidos isolados, 181 coligações de diferentes configurações e mais de 1100 listas independentes. No total, estarão em disputa 3837 órgãos locais: 308 executivos municipais, 308 assembleias municipais e 3221 assembleias de freguesia.

Recorde-se que nas autárquicas de 2021 o PS reforçou a sua maioria no poder local, conquistando 152 câmaras, das quais 148 em nome próprio, além de 124 maiorias absolutas e milhares de mandatos em juntas e assembleias. O PSD, por sua vez, cresceu de 98 para 114 câmaras, alargando também a sua presença em assembleias e juntas de freguesia. Já a CDU perdeu cinco autarquias face a 2017, ficando com 19 presidências municipais.

Para além dos orçamentos partidários, o Estado estima gastar 9,5 milhões de euros na organização do ato eleitoral, incluindo impressão de boletins e pagamento às mesas de voto. O investimento dos partidos, embora reduzido, continua a refletir a estratégia de cada força: dos cortes generalizados ao reforço do Chega, a disputa pelas autarquias promete marcar o calendário político deste ano.

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